Nova tabela de cobertura da ANS para planos de saúde impactará empresas e usuários

Empresas devem se preparar desde já para diminuir os gastos que virão na renovação dos contratos, alerta diretor da Vichiwork

A nova lista de cobertura mínima obrigatória dos planos de saúde estabelecida pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), em vigor desde o dia 2 de janeiro, estabelece a inclusão de 18 novos procedimentos – entre exames, terapias e cirurgias que atendem diferentes especialidades – e a ampliação de cobertura para outros sete procedimentos, incluindo medicamentos orais contra o câncer.

Pela primeira vez está sendo incorporado no Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde um medicamento para tratamento da esclerose múltipla. O Rol é obrigatório para todos os planos de saúde contratados a partir da entrada em vigor da Lei nº 9.656/98, os chamados planos novos, ou aqueles que foram adaptados à lei. A nova lista atenderá 42,5 milhões de beneficiários que possuem planos de assistência médica e 22,6 milhões com planos exclusivamente odontológicos.

Ainda que positiva e aguardada pelos usuários de planos de saúde, a medida afetará diretamente o custo deste serviço. Afinal, quanto maior a cobertura, mais caro o plano. No Brasil, cerca de 80% dos usuários de planos de saúde têm acesso ao benefício através das empresas. As corporações contratam o serviço, que é oferecido aos seus funcionários na forma de benefício. Em média, os gastos com planos de saúde representam entre 8% a 12% da folha de pagamento. Como evitar que a ampliação da cobertura não represente um tiro no pé dos trabalhadores, quando o custo desses novos procedimentos chegar ao custo do benefício?

Segundo José Anselmo Neto, diretor da Vichiwork, consultoria de benefícios e treinamentos empresariais, responsável pela gestão de mais de 10.000 vidas em planos de saúde, os usuários (leia-se, empregados) sempre são afetados ao final do processo, caso a empresa não tenha uma gestão especializada dessa despesa. “Como os contratos empresariais possuem custos específicos para cada empresa, quem tem uma gestão eficiente pode absorver o aumento de coberturas e novas tecnologias de tratamentos sem impactar no custo final do plano”, diz ele. “Temos casos de clientes que, desde 2013, recebem reajustes abaixo de 10% nos contratos, o que é um grande resultado em um período onde o VCMH acumulou alta de mais de 100%”.

Como diminuir os danos causados por este aumento no custo dos planos?

A gestão profissional deste benefício por parte das empresas pode representar ganhos superiores a 25% na negociação com as operadoras e seguradoras, na renovação do contrato – que é quando o impacto da inflação médica e os custos derivados desses novos procedimentos irão bater nas portas das empresas.

Dados do IESS (Instituto de Estudos em Saúde Suplementar) demonstram que as fraudes e desperdício consomem anualmente 22,5 bilhões de reais das despesas de saúde suplementar no Brasil. De acordo com a ABRAMGE, associação que reúne as operadoras e seguradoras de planos de saúde, 20% do custo dos planos é derivado do mau uso por parte dos usuários (médicos e pacientes) que fazem mais exames dos que realmente são necessários. O resultado é que 35% dos exames não são sequer retirados dos laboratórios. O combate ao desperdício é o caminho por onde empresas e usuários poderão se beneficiar de coberturas cada vez maiores, com menos custos, o que só é possível com uma gestão dedicada e profissional.

Por: Revista Cobertura |11/01/2018

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